Minha foto
Vitória, ES, Brazil
Alguém que busca poesia no entre da vida.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Saudade

Embalado cuidadosamente para presente
Guardado como segredo
Longe da maldade é o teu lugar
Bem lá protegido de olhos e bocas ruins
Viu, perto de ti sou paz, riso fácil
Distante, uma tarde griz

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Gonzaguinha canta "O Que É, O Que É?"

É a vida

Traz olhos acizentados de ver
Nariz vício de cheiros
Ouvidos sons dispersos
Mãos estendidas ao acaso
Boca gasta de palavras
Corpo sinuoso de movimento
Ao longe, paisagem que brilha
Resposta em côro
É a vida meu amor!
É a vida que segue bela em seus devaneios de tanto sentir.
E com ela aqueles que insistem em viver.

sábado, 14 de agosto de 2010

Menino que não é do Rio

Menino que não é do Rio
Cujo corpo não é bronzeado pelo sol e sim pela correria
Que traz seu dragão só no contorno, inacabado tatuado nas costelas e não num belo braço 
Menino que não é do Rio, mas a intensidade de seu
calor também provoca arrepio
Calção e corpo aberto no espaço e pela pista à fora
Coração, desejo de eterno flerte com a vida e a morte
Menino que não é do Rio
Seu Havaí não é aqui
Nem todos os lugares, nem todas as ondas dos mares podereis ir
Menino que não é do Rio
Lamento dizer-te
Não sei se adorariam ver-te.
Quem sabe um dia!

Ao menino do dragão inacabado

Inusitado

O inusitado traz consigo ritmo e tempo próprio
Atravessa, provoca, desestabiliza e desorganiza.
Se faz potência em corpo que vibra
Em formas imprecisas arremetendo-o a uma nova ordem
Habituando-se, torna-se conhecido.
Adormecendo feito criança em colo de mãe
repousando até novamente em inusitado se fazer 
Em novas vivências e alianças com aqueles que se permitam
ao constante processo: ora incômodo, ora alegria.  
 

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Menina amiga

Conheci uma menina falante que deixa a gente falar
Menina que de tanto gostar de poesia se perdeu delicadamente nela
e parece andar sumindo, flutuando entre - flor
Menina mineira com aroma de pão de queijo e café da manhã
Que quando frágil se esquece da força que tem
Menina que se permite às reverberações dos encontros
Que segue permeada vida à fora de poesia sentida, lançada entre os dedos
que escorre pela fala
Menina é doquê que andas cansada?
É de sentir o seu enfado?
Quisera ir com voce aos canteiros do descanso
E outrora apresentar-te os caminhos que trilhados te conduziriam a paz
Paz de alma, de certeza do possível
Menina amiga-irmã recente, do tipo eterna
Que deixa saudade quando vai, que traz confiança quando vem
e quando fica fortalece na aliança

A cá, obrigada

Para Carol

sábado, 7 de agosto de 2010

Distraidamente

Tenho andado assim tão distraída de mim.
Unhas, cabelo e sobrancelhas por fazer
Um dia, até do banho, tão sagrado, esqueci.
Depressão? Desleixo? Acredito não!
Penso ser mera distração.
Tenho andado assim tão saudosa de mim.
Gestos, falas, jeitos, amigos
Tempo de mim...
Cheiro de mim, sabor de mim
Mudei, enveredei, pequei atalho sem volta.
Fiz percursos outros e não caibo mais em mim
Sou tantas e, às vezes distraidamente, nenhuma.